segunda-feira, março 17, 2008

falta de treino

Tic! Tac! Tic! Tac! Tic! Tac!

Começo a escrever com som, porque não sei escrever o cheiro.
Queria estar aqui, exactamente onde estou, mas não consigo. Vejo outros como eu e outros que conseguem aqui estar. Cheira a gente, a simples, mas também a muita luta e também a glória. Cheira a muita coisa diferente do que estou habituado, porque não tenho vindo muito aqui, ao querer querer.
Será que quando for velho vou lamentar este momento? Creio que sim

segunda-feira, abril 30, 2007

Lisboa - Tomar / Tomar - Lisboa

Imagina o barulho de um combóio a chegar à estação. Aqueles "tssssss's" todos, a criança que está a chorar, aos berros, com metade no corneto no chão. A sair das carruagens, ouves muita gente a rir, a falar, a queixar-se das costas, a tossir, ouves o apito de outro combóio que vai partir. Olhas à tua volta e é tudo muito rápido. Tudo se mexe depressa, mesmo depressa. Tens razão, esse casal ao teu lado não se mexe muito... beijam-se, amam-se para além de tudo.
E tu? Não tens nada para amar?

domingo, abril 29, 2007

Zie Sitzung



Encontrei-me.

O cão que é um gás encontrou-se num espaço que vendo bem até não é lá bem um espaço.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Mais uma vez a vida cheia

Ainda respiro, o sopro ainda por cá habita.

Cá estou aqui e agora a ser constantemente insuflado. O que faço? Respiro-Te!

A Tabela Periódica

Já alguma vez viram um cão que é um gás?

sexta-feira, novembro 18, 2005

grãos de areia...

No deserto não há deserto.
No deserto há nada, havendo mais que tudo. Todo o pó conta, todos os grãos de tudo são. Então, o deserto é deserto, mas o deserto não é nada. É antes tudo, mais que tudo até. O deserto é perfeito, porque tem coisas que são.
Parece vazio, informe, mas é. E isso vale e, se vale, vive, e, se vive, é absolutamente vivo.
No deserto deixa de haver deserto. Na mais profunda solidão, não estamos sós, estamos com o amor, todo. A vida não acaba ali, tem ali uma profunda fonte de existência.
Não desejo o deserto, mas quero estar pronto.

quarta-feira, novembro 16, 2005

As reticências da vida e o Amor, todo.

quarta-feira, outubro 19, 2005

N' Zahíra

É frio e distante, mas perto e tão cá dentro. Estranho quando se vive o confronto naquele barulho profundo, naquela explosão de maré, já ali, naquela faixa de areia quase inalcançável, um pouco antes da luz das estrelas. Não me atrevo a tocá-lo, sou pequeno. Gosto mais do areal, de estar aqui, deitado de lado, a ouvir os abraços dos grãos de areia. Lá ao fundo, no meu horizonte, há estrelas que mergulham no mar, docemente, lentamente, levemente. Estou ligado à terra, num amor quente, sereno, muito muito grande.
Não oiço falar a minha língua. Tudo soa a fácil e muito a falso. Angústia e verdade. Busco, vivo já. Não sei o que sentir, ando à roda a tentar debicar sustento do espírito. Fervo. Evaporo. Paro. Sou de mais que do mundo, de ninguém humano. Sorrio. Regressar aqui é bom. Paz à alma e ao corpo. Há vida em mim, e amor, só isso.